Lugar de plástico é longe do mar

09.08.2019

O homem está sufocando os oceanos com plásticos, e pouco está sendo feito para evitar a deterioração do berço de toda a vida.

A consequência da produção, consumo e descarte maciço de plástico pode ser vista nos sete mares. O problema é relativamente novo, mas pode causar sequelas no ecossistema como um todo.

A produção em massa de plásticos começou a florescer década de 50, e nunca tirou o pé do acelerador. O recorde de material plástico fabricado no planeta é batido, infelizmente, a cada 24 horas.

O plástico não some por completo. Se desintegra em micropartículas menores que 5 milímetros, estas vagam pela terra por uma eternidade.

O homem já produziu aproximadamente 8.3 biliões de toneladas quadradas de plástico nos últimos 50 anos. As partículas estão na água que bebemos, na comida que comemos e até no ar que respiramos.

A maioria do plástico que contamina nossos mares não é jogado diretamente nele. Estudos mostram que os rios são os maiores condutores de plásticos para os oceanos. Infelizmente, a lei da física age contra o meio ambiente nesta questão.

Segundo um estudo do biólogo John Hocevar, todo o plástico que você joga fora, não importa aonde more, acaba no mar. Os dejetos de uma cidade montanhosa, quilômetros distantes da costa, em algum momento serão levados por vento ou água até o oceano.

O oceano é o local mais difícil para se realizar algum tipo de limpeza. Mais de 800 espécies marinhas são prejudicadas diretamente pelos plásticos, sem levar em conta o desequilíbrio no ecossistema marinho.

No Brasil, a situação não é diferente. Somos o quarto maior produtor de lixo plástico do mundo. E o pior, reciclamos apenas 1,2% de todo montante de dejetos. Cada brasileiro produz em média 1 kg de lixo plástico por semana, e mais de 1 milhão de toneladas não é recolhida no país.

O que fazer

Devemos parar de produzir plástico. Esta etapa exige força política descomunal, unida a uma mudança cultural profunda na população. A diminuição de 50%, já pode trazer luzes para um futuro que parece sombrio.

A boa notícia, é que já sabemos que temos um problema, e diferente das entidades mais poderosas, setores da população começaram a se organizar.

Todos os dias, milhares de pessoas ao redor do mundo se juntam para colher lixo nas praias. Sãos ONGS, voluntários, moradores e associações locais que fazem o serviço.

Apenas a organização Ocean Conservancy, coletou 138 milhões de quilos de lixo em sua história. Esse trabalho de formiga, além de ajudar o meio ambiente, educa. Segundo um estudo da UCLA, é a forma mais eficaz de conscientizar outras pessoas para o problema do plástico.  

No Brasil, temos organizações que estão se destacando no salvamento dos oceanos.

A Route é uma delas. Este projeto, criado em 2011, é voltado para aqueles que acreditam que podemos mudar o cenário atual do planeta, através da educação ambiental e de uma vida sustentável. O lema da Route é preservar o meio ambiente, estimular um estilo de vida que favoreça o esporte e a cultura, e conscientizar as gerações futuras para a manutenção das praias, um dos patrimônios mais valioso que possuímos.

Outro projeto interessante é o “Somos do Mar”. O casal formado por uma engenheira ambiental e um oceanógrafo procura entregar algo de valor para o mundo, utilizando todo o seu capital humano e criativo. As atividades do projeto são meticulosamente elaboradas. Sempre usando conhecimento científico, experiências pessoais e criatividade. Tudo de uma forma lúdica e eficiente.

Aos amantes do mar, cada um pode fazer sua parte em casa. Coletando lixo, evitando ao máximo o uso de plásticos e ajudando a associação local da sua praia favorita.  Afinal, sem o oceano, não há vida.  

Um saco plástico demora até 200 anos para se decompor, ou seja, que oceano ou que planeta queremos deixar para as futuras gerações?

Links

Route: https://routebrasil.org/

Somos do Mar: https://www.somosdomar.com/

Fontes: revista Exame, WWF Brasil, World Economic Forum, Greenpeace USA e Ocean Conservancy.